mercoledì 9 marzo 2016

O antigo Pinheral

Uma bennibag de flores e de verao...
Quando chegava junho, todos os sábados pela manhã, lá estava eu assanhada ao lado do portão de entrada da casa, esperando a “senhoramigo” que me levaria, junto com o matrido “oengenheiroamigo” para a praia de Óstia. Marcávamos sempre às dez horas, mas acordava às sete, às oito estava vestida de banho tomado, às nove já de prontidão e faltando quinze minutos para as dez, já na frente do portão, uma vez que … nunca se sabe. Nas meias horas antes do encontro ficava com um ouvido para minha mãe e outro para a rua e imaginava-me triste por ter sido esquecida... Cada freada estremecia. Desilusão feroz quando o rombo do motor perdia-se distante. Em fim, pontual que nem o Natal, chegava, a “senhoramigo”, que era da minha altura, ainda menina de nove anos,  e com a pele torrada de tanto sol. Me derretia de felicidade. Aí estou eu, no assento de trás do cinquecento azul, apertada e feliz como se estivesse no colo da minha mãe. Lá, após uma ampla lombada de asfalto cinza, que parece o dorso de um enorme jumento, pré-anunciado por um forte cheiro de maresia que fazia minha alma borbulhar, o mar. Quando enxergava o Kursaal com seus intrépidos trampolins, sabia que faltava pouco para chegarmos ao “Antigo Pinheral”,  o clube onde a família Amigo alugava uma cabine para a temporada inteira. O “Oengenheiroamigo”, que apesar de ser grandalhão, nadava colocando na cabeça uma redinha para não desarrumar o penteado, e me chamava de Esterzinha, como se quisesse me colocar no seu bolso junto com a mulher dele. Passava o dia sozinha nas areias escuras de Óstia, feliz como se estivesse no Paraíso. Meu reinado no “Antigo Pinheral” perdurou só três verões. Naquele período, todos os sábados,  insegura  do jeito que eu era de realmente merecer aquele tostão de felicidade, vivia receosa de perdê-lo, enquanto não chegava, asmático, o cinquecento azul. Muitos anos depois, voltei para Óstia e, como numa peregrinação, foi visitar o “Antigo Pinheral”. Meu reino não existia mais: a praia uma faixa fina, fina, as cabines com os pés de molho. O mar tinha-o levado embora. 


Nessun commento:

Posta un commento