martedì 28 giugno 2011

Nomes


Éramos cinco filhos. Como os dedos da mão. Chegamos rolando, um atrás do outro com intervalos de dois anos, quase nos segurando pelas mãos, diretamente do paraíso até Via Beccari. Primeiro foram os dois gêmeos, depois uma menina. Em seguida, outro menino. Finalmente, eu. Minha mãe ao saber que estava de novo grávida, após três gestações, ficou torcendo que fosse mais um menino. Tinha já decidido o nome: Mateus, como o detestável fiscal de tributos que se tornou evangelista. Só para esclarecer, Mateus é aquele que, na pintura do Caravaggio, guardada na Igreja de San Luigi dei Francesi em Roma, surpreso, ao ser iluminado por um feixe de luz rasante, não se conforma ao saber que, bem ele, um pecador, foi o escolhido... Minha mãe queria o pôquer dos evangelistas. Graças a Gianluca, um dos gêmeos, conseguiu dois deles: João (Giovanni, em italiano, cujo apelido seria Gianni e sincopado torna-se “Gian”), o visionário e Luca, o médico. No nome composto desse gêmeo eis o “compre um e leve dois”! E Gianluca, ao final das contas, tornou-se médico e um pouco visionário. Um golpe de mestre.

Não se sabe o porquê, mas minha mãe pulou a vez com o outro gêmeo, Frederico, que adquiriu o nome em honra de um tio-avô da região da Ístria, ele sim médico e completamente visionário. Mesma sorte teve minha irmã, a daminha Sara, a princesinha da casa. Deu o nome de Marco, o evangelista na gôndola, ao quarto filho. Dessa forma, era eu quem deveria ser Mateus. Um matuto. Ao contrário, chamaram-me de Éster, que quer dizer estrela, graças à intercessão de minha avó. Foi ela, que se chamava Stella (Estrela em italiano), a propó-lo. Éster, isso mesmo, paroxítona, como um Hosana. A Mimma, nossa fiel governanta, mudou meu nome em Este, sem erre no final, mas mantendo o mesmo som. Ao visitar a belíssima mansão da família d´Este em Tívoli, achei que tudo aquilo fosse meu...

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